31 de ago. de 2010

Os soterrados no Chile

É notícia em todo mundo a situação de 33 mineiros no Chile. Eles estão presos a 700 metros de profundidade após acidente em mina de cobre e ouro. Há quase 30 dias estão em um ambiente sem luz, com pouca comida, confinados. Uma sonda leva água, comida, remédio a estes homens, que se tudo der certo, serão resgatados em um prazo de 100 dias.
Que o corrupto órgão do governo chileno tenha liberado licença de funcionamento para a mina quando esta não apresentava condições básicas para funcionar, me parece previsível. Que além disso o governo chileno tenha montado um "circo" em volta do local acomodando as famílias das vítimas e construído um palco que receberá atrações musicais eu ainda consigo conceber como a impressão da desgraça humana submetida a governos perigosos. Mas, pensar a tragédia como modo de analisar a loucura, depressão, catatonismo gerado pelo confinamento, me parece ultrajante demais.
Se fosse o presidente, ou mesmo os altos cargos de órgãos públicos (como o filho da puta que liberou o funcionamento da mina) certamente que não seriam eles, as cobaias de tamanha sacanagem. Talvez o tempo de socorro seria menor, talvez não montassem o palco do lado de fora, talvez eles pudessem ter uma chance de sobreviver. Pobres trabalhadores. Ratos de laboratório, cobaias circuntanciais.
Torço para que eles não pirem, torço para sairem dessa. Assim podem ao sair, escrever suas biografias, relatando momentos de aflição e desespero e vender milhões, aos sanguinários voyers espectadores.

30 de ago. de 2010

25 de ago. de 2010

23 de ago. de 2010

Praga



"Eles só estavam esperando anoitecer
e eu ali no topo da cidade, pronta pra me defender.
Já podia escutá-los.
Petrificados, adornando os edificios,
Carregando seu destino ao longo do séculos.

Diz a lenda que eles foram amaldiçoados.
Que têm um quê de triste, de desespero.
Quando cai a noite saem ... buscam ...
Eu vou ficar no topo. Vou esperá-los.
Não tenho medo.

Já se passaram algumas horas e percebi que havia estado lá tempo demais.
Acho que os intimidei.
Cansei de esperá-los, vou dormir.
Quando tentei abrir a porta de acesso ao edifício, estava trancada.
O interfone de comunicação com a portaria não funcionava.
Pronto! São eles... Vou passar a noite no topo, eles vão me pegar... me levar para a escuridão...
Medo, desespero.

Alguém passava e me ouviu bater na porta. Chamaram a recepção e consegui entrar.

Fechei a cortina do quarto e me cobri.
Ainda podia senti-los, lá fora, aquele ruído ... "



Yo no creo en brujas
Pero que las hay, las hay.

Maria Gadu


Estou apaixonada
A voz mais bonita do mundo!

A loucura e as consequências

Pois é. Neste fim de semana que passou rolou uma situação nada legal. Não vou abrir detalhes deste infortúnio, mas a adrenalina, a loucura e seus objetos fizeram com que eu me queimasse desnecessariamente com uma galera legal.
Fico super chateada quando isso acontece, porque só posso culpar a mim mesma. È que eu sinto uma auto-confiança fudida. Como se tivesse uma capa que me protegesse. Me sinto às vezes intocável. A capa não existe, a máscara caiu. E fechei uma porta que me era cara.

As explicações, as justificativas não anulam o fato.
O fato é que pisei na bola.
Odeio isso. A impotência de não poder reverter uma situação. Já era.
As consequências se aplicaram e agora é viver com isso.

Queria voltar atrás.
Só isso.
Arrependimento é foda!

16 de ago. de 2010

O que fazer?

Vai, me diz.
o que fazer com o embaralho, com o embrulho, o turvo.
Pra onde ir,
me diz.
O que pensar, como entender, o que sentir.
Me mostra, me indica.

Já estou tonta, desorientada.
Vai, me diz.
Acho que não consigo sozinha.
É uma prova, um teste?
Até onde preciso chegar, isso acaba? tem fim?

Fecho os olhos e vejo pontos pretos.
É só o que consigo ver
Tudo é tanto! Quanto!
Fico confusa de tanto tentar ver tudo.

Vai, me diz.
Me mostra