10 de jun. de 2011

viver é bom

leio meus post e fico de cara com o pessimismo intrínseco em quase tudo que escrevo,
é, de fato, difícil fazer parte desta putaria de mundo.
mas, há também ternura, beleza e benevolência.
a experiência de crescer e descobrir o mundo é surpreendente,
a gente é que perde o interesse em descobrir mais.
acreditamos ter a quantidade de ferramentas suficientes para conseguir sobreviver
em nosso pequeno mundo vicinal.
com o passar do tempo, perdemos a vontade, a curiosidade.
muitos se enquadram e vestem, sem ajustes, a máscara adulta e sem graça
máscara que aqueles que já a carregam há algum tempo, esperam ansiosamente
que você também sinta o mesmo suplício.

adorei escutar outro dia a mãe falando da filha, porque ela dizia assim:
"ela tem 40 anos e vive assim, como se fosse adolescente. não casou, não tem namorado, não quer ter filhos, vive viajando, não cria raízes, e, agora inventa moda de fazer curso de piano, curso de fotografia, curso de paraquedismo. não criou  juízo. quando está em casa gosta de ficar assistindo documentários malucos, sem pé nem cabeça, de artistas que ela diz serem de vanguarda. eu acho essa menina meio esquisita."

é, enquanto isso a mãe se entope de angústias que não a deixam simplesmente ser. corre atrás de uma beleza juvenil irrecuperável, se preocupa com colesterol, dieta, exercícios e yoga. comprou o pacote completo de como você deve ser e viver. gosta de ouvir as mesmas coisas sempre e tem medo do novo.
tem medo da vida, das sensações da vida.

viver é bom, mas só é bom de verdade quando você se desafia
e mantém o espírito curioso, aceso, querendo experimentar cada vez mais de tudo
que a vida pode te proporcionar.

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