12 de jun. de 2010

Absurdos em Londrina

Ontem rolou um evento, que eu fiz a produção, no Anfiteatro do Zerão.
O Zerão é um um parque no centro da cidade e o anfiteatro é uma arena gigante com capacidade para 8 mil pessoas, ao ar livre. Acontece que a anos o local está abandonado pelo poder público. Nada acontece lá (cadê a Secretaria de Cultura da cidade?), salvo quando iniciativas privadas, como nós, pedem via CMTU para usar o anfiteatro. Para este evento, fui surpreendida com a informação que devido a uma lei x45zz766 (?), há um imposto que deve ser pago para quem deseja utilizar o espaço. Esse "imposto" é calculado por metro quadrado a ser usado, o que me deixou com uma fatura à pagar de R$ 2500.00. Na gana de fazer o evento acontecer, e tinha que ser lá, paguei. O absurdo e o sentimento de revolta veio na manhã do evento. Na verdade eu já sabia que seria assim, mas achei que não me sentiria tão indignada como me senti. Cheguei as 7 da manhã e tive que acordar um grupo de moradores de rua que dormiam no palco. Nada contra eles, moradores de rua, que são vítimas da própria condição da miséria humana, mas o lixo... de todo tipo possível que tava por lá foi foda de recolher. Na "coxia",que fica no canto do palco, tinha um mocó cheio de papelão, que imagino ter sido usado como banheiro. O odor de urina e fezes dava pra sentir por todo lado. Na rampa, que dá acesso ao palco, um cocozão dava bom dia pra gente que, enojado, com ânsia pelo cheiro mau, limpava, jogava água para amenizar o terror que se mostrava tão presente, tão cedo.

Além dessa situação, tivemos que mandar instalar um padrão temporário no local. Isso quer dizer que não há energia suficiente para ligar o equipamento de som, de vídeo, luz, que me parece básico para qualquer espetáculo que se queira mostrar em um teatro. Como lá é um anfiteatro, isso já deveria estar ali. Enfim, tive que contratar um eletricista, pagar para uma autorização que só um engenheiro elétrico pode dar, para que a COPEL (empresa de energia elétrica) pudesse autorizar e liberar os 150 amperes de energia que é necessária para fazer um evento acontecer. Me custou algumas centenas de reais.

Não para por aí, não. No local não há banheiro público, nem privado, nem com catraca, nada. Tive que alugar banheiros químicos, o que também elevou o custo do evento.

Pior disso tudo, é que na autorização emitida pelo órgão público responsável, a CMTU, diz que o contratante, eu, é quem fica responsabilizado pela limpeza do local pós-evento, o que significa que além de ter de limpar o espaço antes, para poder montar o equipamento e ter condições de trabalhar no lugar, tenho que limpar tudo de novo para que os moradores de rua possam usar o imenso e belo espaço como banheiro de novo.

Quer dizer, onde é usado esses R$2500? Porque cobrar uma taxa de uso do lugar, que é público, portanto, meu também. ?

A Secretaria de Cultura, que já viveu momentos significantes (saudades do PT), agora se encontra mais ausente que nunca. Eles quem deveriam pagar para que nós, iniciativa privada, promovessemos eventos em locais públicos, levando cultura, informação e diversão para o cidadão londrinense. Uma vez que esse compromisso não é assumido por secretaria nenhuma, nos deixe, pelo menos, fazer o favor de FAZER USO de um local que está abandonado.

É de perder o sono um absurdo desses.

O que eu faço agora é me informar, recorrer e entrar com uma ação para pedir meu dinheiro de volta. Provavelmente não conseguirei, mas uma boa briga prometo levantar.

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